Até linha turística põe horário de ônibus, menos a Translitoral da Antonieta

Desde o dia 15 de dezembro, o Governo do Estado opera a linha turística de ônibus Roda SP,  que liga oito cidades da Baixada Santista,  por R$ 10.  O Estado até instalou uma placa com os horários de saída dos ônibus na praça dos Expedicionários, nas Pitangueiras. E aí mora o absurdo. Enquanto a Roda SP já tem placa com horários, a Translitoral insiste em não colocar seus horários de modo universal nos pontos espalhados pela Cidade e nos terminais.

Verdade que a empresa instalou quiosques eletrônicos nos terminais e placas em alguns pontos com os horários, além de colocar a informação em seu site. Mas isso não dá para suprir a demanda de milhares de usuários, que deveriam ver esta informação nos pontos de ônibus de Guarujá.

Voltando ao Roda SP, a disponibilização dos horários de suas linhas é sinal de respeito mínimo ao cliente/usuário, que tem o direito a esta informação para se agendar e fiscalizar a qualidade do serviço. Até porque, sem ter um bom serviço, os clientes sumiriam. Já a população de Guarujá não tem como  fiscalizar os atrasos e até mesmo a falta dos veículos (Vila Áurea e Perequê vêm sofrendo), porque não sabe dos horários oficiais.

Há alguns meses, até surgiu uma ponta de esperança. O Procon de Guarujá, administrado pela prefeitura, fez uma fiscalização no serviço de transporte da Translitoral depois de centenas de reclamações por escrito dos usuários e da pressão da Sede de São Paulo. Os técnicos do órgão constataram uma série de irregularidades, como a falta de sinalização de pontos e de cobertura, atrasos e, claro, da ausência de informação dos horários.

A fiscalização saiu na imprensa e teve uma repercussão recorde. Mas, passados meses, o assunto caiu no esquecimento das autoridades municipais. Sabemos que a prefeita não gostou nada da fiscalização. Antonieta gostou menos ainda da repercussão na mídia. E nos bastidores, tudo indica que o caso foi abafado. Há um total silêncio da Administração sobre as medidas que deveriam ser tomadas contra a Translitoral por descumprir o contrato de prestação de serviços.

A última notícia foi de que a empresa teve um prazo para se adequar e não havia feito isso. Se a empresa foi multada ou não, a informação foi guardada a sete chaves.

Ficamos assim: aos turistas, àqueles que podem pagar R$ 10 por uma viagem de lazer, toda a consideração; aos 70 mil usuários diários do transporte coletivo de Guarujá: ônibus atrasados e lotados. E, quando não, sequer ônibus.